22 outubro, 2010

Limeriques

Limeriques são poemas curtos, geralmente sobre coisas ou situações engraçadas. Eles  têm sempre cinco versos, onde a primeira, a segunda e a quinta linhas terminam com a mesma rima. O terceiro e o quarto verso rimam entre si, seguindo o esquema AABBA (A=1ª, 2ª,5ª e B= 3ª, 4ª). 
Não se sabe ao certo como eles surgiram, alguns dizem que foi na Irlanda, na cidade de Limerich, mas começaram a fazer sucesso quando um inglês chamado Edward Lear, passou a escrever limeriques.

Escrever limeriques é uma gostosa brincadeira, você só precisa imaginar uma situação, selecionar as rimas e contar a 'historinha', seguindo o esquema acima. Depois que pegar o jeito, não vai mais querer parar.


Veja no exemplo abaixo, em vermelho, as rimas dos versos A; em verde, rimas dos versos B:


Malu é uma minhoca maluca
moça fina mas lelé da cuca
faz coisas sem pé nem cabeça
e veja só que travessa:
usa unhas postiças e uma longa peruca

valéria tarelho


Agora que você já conhece os limeriques, pode escrever o seu e enviar para o pé de poema, com seu nome, idade e cidade onde mora, que será publicado no blog. 
Envie, também, para a Recreio Online.


dica 1: Procurando rimas? Use o  Rimador .


dica 2: Duas minhocas malucas para imprimir e colorir [que tal desenhar na minhoca uma peruca e lindas unhas?]. Clique aqui.

18 outubro, 2010

conversas literárias



Mafalda, essa garotinha de laço no cabelo, é personagem do cartoon escrito e desenhado pelo cartunista argentino Quino.

Embora seja uma menininha de seis anos, nasceu em 1962 [mesmo ano que eu, que já sou vovó] e até hoje é sucesso na América Latina e Europa. A publicação de suas historinhas ocorreu até o ano de 1973 e conta com outros personagens, como a Susanita, da tirinha acima.

Mafalda tem como características principais ser preocupada com a humanidade e a paz mundial, odeia sopa, adora os Beatles e o desenho do Pica-Pau. Ela se comporta como uma típica menina na sua idade, mas tem uma visão aguda da vida e vive questionando o mundo à sua volta, principalmente o contexto dos anos 60 em que se encontra.

De vez em quando ela visitará o 'pé de poema', porque crianças inteligentes e sonhadoras [especialmente com um mundo melhor], também são poesia.


Carinho,




fonte : Wikipédia

14 outubro, 2010

O casamento da Malhada





No casamento da Malhada 
veio toda a bicharada 
que mora lá na roça. 
Vou contar sem muita prosa 
como foi essa festança... 

Teve música caipira, 
cantoria de viola, 
foguetório, busca-pé 
e muito arrasta-pé.

Tinha uma enorme fogueira 
que em brasas se ardia 
crepitando a noite inteira, 
até o raiar do dia. 

Enquanto rolava a dança, 
a bicharada da roça 
enchia também a pança... 
Nossa, que comilança, 
chego a ficar enjoada
com uma simples lembrança! 

No casamento da Malhada 
tinha milho e coalhada, 
pipoca e paçoca 
feita de amendoim, 
tinha, também, aipim 
(que é o mesmo que mandioca). 
O bolo confeitado 
foi o doce mais provado 
por todos os convidados. 

Para acompanhar a comida 
foi servida a bebida: 
quentão de gengibre e canela, 
vinho quente, aguardente,
para os machos adultos;  
suco e refrigerante 
para crias e donzelas. 
Para os filhotes lactentes 
não faltou o sagrado leite! 

Depois que se divertiram, 
os bichos se enfileiraram 
em torno do arraial 
para cumprimentar o casal. 
Na frente estava a boiada 
seguida dos outros quadrúpedes, 
depois vinham os bípedes, 
anfíbios e animais domésticos; 
sobrevoando a bicharada 
estavam as aves e insetos. 
No final desse cortejo 
se via os animais do brejo. 

Esta história envolvente 
de um casamento rural 
entre o touro Cintilante 
e a vaca de nome Malhada, 
sucedeu lá no curral 
da Fazenda Aritana 
em uma noite enluarada. 

Foi tudo muito bacana!


 
Valéria Tarelho
jun/02 




Dica de teste bem legal: "Voz dos bichos"
Faça o teste e veja quantas vozes diferentes existem. Quantas você conhece?


*imagens via "Google imagens"

08 outubro, 2010

Ser criança

Google imagens



Ser criança é ter, na cabeça, fantasias. Nos olhos, um mar de poesia e o brilho do Sol. É conhecer, pela boca, o sabor da vida; pelas narinas, aspirar o perfume único de seus pais, cuja proximidade lhe transmite confiança e segurança. É tocar com as mãos o novo e descobrir um universo de diferentes texturas, temperaturas, consistências... um mundo de diferenças: boas e ruins. 

É ter asas nos pés e "pernas pra que te quero", correr, pular, cair, tropeçar e aprender como se levantar. É ter, no coração, espaço suficiente para amar muita gente e, na alma, a pureza perdida pelos adultos, adquirida com o crescimento.

Enquanto se é criança, se tem a semelhança com o sagrado, ou um ser angelical despido de preconceitos e repleto de bondade. A criança é cheia de energia e vive de momentos, por isso é tão ativa. Para ela, existe somente o agora; o amanhã é algo que sua pequena mente não consegue captar. Para ela, seus pais estarão sempre presentes e o mundo tem o tamanho do que seus olhos podem alcançar. 

É difícil ser criança hoje em dia, num mundo tão conturbado e programado. Esses pequenos projetos de gente, desde cedo já têm uma agenda de atividades a cumprir (inglês, balé, natação, futebol, computação....). As brincadeiras são, na maioria, monitoradas, seja pelo computador ou videogame, o que é excelente para o desenvolvimento intelectual, mas que tolhe seu lado criativo.

É importante que não se perca a essência infantil para o amadurecimento precoce. Toda criança deve ser, acima de tudo, CRIANÇA e a ela deve ser permitido o direito de não fazer nada direito e aprender com os próprios erros. 

A criança ideal é aquela à qual se consinta que aflore sua natureza observadora do mundo. Que ela explore, sinta, aprimore... afinal, é uma pequena aprendiz e, aprendendo feliz, será um adulto legal! 

É primordial deixá-la andar com as próprias pernas, sobre a trilha que indicarmos a ela e, sempre, sob a mira de nossos olhos e ao alcance das mãos para lhe dar apoio. 

Que sejam assim, crianças, livres das imposições feitas a nós adultos. Elas podem (e devem) andar descalças, pisar em poças d’água, subir em árvore, chorar de alegria, desconforto e até de manha. Podem ser gordinhas que todos acham uma graça! Podem usar maria-chiquinha, ter brotoeja, cabelo de anjo, fazer "fusquinha", gritar, cantar, dançar no meio da rua, imaginar que tem um dragão na Lua, comer guloseimas, ser o artista da casa mostrando toda a sua criatividade nas paredes. Podem ter um amigo invisível que ninguém vai estranhar. Podem fazer farra, birra e guerra (se esta for de beijos, ou travesseiros). Podem ter um animal de estimação como melhor amigo, compartilhar com ele segredos, carinhos e até sua ração. 
As meninas podem fazer topless na praia e, tanto meninas, como os meninos, podem ser nudistas que ninguém repara. 

São seres inocentes e devem acreditar sempre. Portanto, não mintam a elas , tampouco façam promessas que não irão cumprir. 

Estarão sempre testando nossos limites e dando muitos palpites. Deixe que participem, elas precisam sentir-se parte de um grupo que se inicia na família e se amplia à medida que crescem. Sua participação no mundo irá depender da dose de carinho, amor, liberdade, atenção e valores que o grupo familiar proporcionou. 

Elas, crianças, são a esperança, a crença e a promessa de um futuro melhor.  Talvez, um ideal a ser alcançado. Tudo irá depender de como foi galgada sua escalada na vida. 

Para elas, crianças, o melhor de nós, adultos. Nosso respeito e amor: incondicionais.



Valéria Tarelho
out/2002
* texto revisado em out/2010
 
Copyright 2010 pé de poema - de valéria tarelho
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